2 de setembro de 2016

Os nervos, esses malditos que não me largam!

Tinha sido um dia muito interessante, produtivo intelectual e espiritualmente, muitas coisas tinham sido aprendidas outras reforçadas.
Ainda que não estivesse a sorrir para todos verem, estava muito feliz e calma, mas (porque parece ter de haver sempre um "mas") os problemas não tinham deixado de existir, nem as outras pessoas tinham deixado de ser o que eram, com isto refiro-me ao egoísmo, egocentrismo, falta de empenho, de responsabilidade, enfim tudo aquilo que eu mais odeio neste ser que se diz inteligente...

Então, no meio do meu sorriso toca o telemóvel e eu atendo, mais irresponsabilidade, mais uma vez uma chamada a revelar a ganância de um povo para o qual se paga (o que ele quer) para fazer x em y tempo e ele decide parar a meio porque não lhe apetece.
Como um problema nunca existe sozinho e na minha cabeça existe um molho deles todos enlaçados e irrequietos, puxamos por um e saem todos!
Respirei fundo, contei até 90, 100, 1000, tentei arruma-los de novo naquela maldita dispensa que nunca mais devia ser aberta para o resto da minha vida, mas sem resultado.

Havia duas hipóteses: chorar ou distrair-me.
Os meus olhos gritavam-me pela primeira, que muitas das vezes é a mais usada por mim, mas eu conheço-me e eu sabia que se começasse, não ia parar tão cedo, ia martirizar-me de todos os erros, falhas ou pequeníssimos defeitos que cometi desde a primeira vez que respirei o ar destes malcriados servos do mundo. Não valia a pena, nada mudaria e eu também não ia ficar melhor, acreditem, se há pessoa que eu conheço bem sou eu própria!
Optei pela segunda, mas fazer o quê? Pode haver quem não saiba como se distrair, que não o consiga fazer, não é o meu caso, a minha dificuldade é mesmo perceber qual a melhor para aquela situação, optei pela que melhor me faz tanto em relação à saúde física, como psicológica. Esperei até chegar a casa, refletindo e acalmando-me o mais possível ao som da música da rádio, e finalmente cheguei a casa, em poucos minutos desfiz-me daquela maldita roupa bonitinha, do fio, dos brincos, enfim de tudo. Vesti-me simplesmente o mais confortável possível, para a minha merecida corrida por esta paisagem magnifica do meu pequeno mundo. (Isto deve ser das coisas que mais prazer me dá na vida, correr com esta vista, com a paisagem que me viu crescer, simplesmente adoro.)
Ainda demorou algum tempo até a cabeça estar arrumada, quer eu dizer, os problemas todos enfiados lá para dentro da dispensa e a porta bem trancada, pode não ser a melhor forma de os resolver mas pelo menos agora estou mais calma e com o meu sorriso, pronta para lutar contra eles. Puxar pelo buraquinho da fechadura um a um, calmamente e confortável no sofá, ir desmascarando-os e solucionar o puzzle.

Podem pensar que isto é cliché ou que era o mesmo que fazer yoga ou sessões de relaxamento, talvez tenham razão, mas não é de todo esse o meu ponto com este post, na verdade, o que vos quero dizer é que é normal nós sentirmos raiva, medo, tristeza, tudo isso e todos os outros sentimentos que temos, devemos de vê-los como uma sorte poder senti-los, são eles que nos tornam seres humanos, mas temos de aprender a controla-los, para nosso próprio bem. O que não significa esquecer o que estamos a sentir, nem senti-los até que alguém nos resgate disso, temos de ser nós próprios a salvar-nos.

Chorar faz parte do processo e quando tiver de se chorar, chorasse esteja lá quem estiver!
Porém, parar as lágrimas, levantar e seguir em frente é tão importante como o chorar.

Eu até agora só conseguia fazer a primeira parte, estou agora, com 20 anos, imaginem 20 anos a aprender a levantar-me, então mas já não devia ter aprendido isso antes? Pois, não sei... talvez estejamos sempre a tempo, talvez só agora seja preciso, talvez eu tenha caído de demasiado alto, não sei, mas consigo ver que há por aí muita gente a precisar de aprender isto mesmo, aprender a parar, sim parar, PÁRA, STOP, (ok não paraste de ler porquê? Não faz mal, vamos então...) respirar fundo levantar e seguir em frente. As palavras podem parecer simples, porém deve ser das coisas mais difíceis de tornar realidade e, a maior prova que vos posso dar são os casos de pessoas tristes, depressivas e infelizes que vemos constantemente.





Vou deixar-vos a lista de coisas que faço quando estou enervada, para relaxar, para me acalmar, para ficar mais feliz e de "bem com a vida":
Correr/ caminhar/ passear pela natureza;
Nadar/ mergulhar/ boiar;
Escrever sobre o que estou a sentir;
Ouvir música/ dançar/ cantar/ gritar;
Sair com amigas/amigos;
Relaxar com alguns exercícios que já aprendi em algumas aulas de relaxamento;
...
Agora é a tua vez... o que fazes para te acalmar?