19 de julho de 2016

Erros... (Entre a noite e o dia, a vida e a morte)

Agora, com mais calma, consigo refletir sobre o que aconteceu à umas horas atrás...

Gosto de olhar o mundo com esperança, esperança nos outros e em mim própria, gosto de pensar que todos cometemos erros (bem, na verdade é isso mesmo que acontece, não é?), gosto de pensar que temos a capacidade de os admitir e, gosto ainda mais de pensar que conseguimos superá-los, diminuir os estragos e prevenir novos erros...

Isto é o que eu gosto de pensar, parece-me bem, certo e real. Agora, vamos à minha verdadeira realidade: sim, cometo erros; sim, consigo admiti-los na grande maioria das vezes; consigo diminuir os estragos, também na grande maioria das vezes; porém levo muito tempo a supera-los; levando ainda mais tempo (quando, outras vezes, nem sequer acontece) a aprender com eles.
Pode ser difícil admitir que erramos, pedir desculpas, mas para mim essa não é a parte mais difícil do processo, a parte mais difícil, acontece a tempo de caracol e no local mais longínquo do no nosso corpo. Naquele lugar magnifico em que se criam projetos, mas também se destroem erros, esse lugar não é de fácil acesso, nem é facilmente visitado, na verdade talvez seja pela solidão em que se sente que por vezes chora, quando o amanhecer cai, outros dormem e apenas se ouve lá longe o barulhos dos animais, o ladrar dos cães dos vizinhos, o miar dos gatos abandonados. Também eu nessas noites me sinto abandonada, também eu ladro ao som dos soluços, entre as golfadas de ar que respiro e o mar salgado que dos meus olhos sai.
Quase me afogo, sendo então nesse desespero que acordo.

Acordo... e abano, com todas as minhas forças, esse lugar longínquo que é a minha mente. Peço-lhe: "Pára! Pára e concentra-te naquilo em que és verdadeiramente boa, naquilo para que foste criada, para pensar, para criar projetos e destruir erros do passado, que lá devem jazer. Pára de te concentrar no erro, e percebe antes o que te fez cometê-lo, para que numa próxima altura te possas redimir a ti própria! Simplesmente, vai buscar essas forças do além (que ambas sabemos que tens) concentra-te, pára e pensa!"


Acordei... tudo não passou de um sonho, era bom que tudo fosse assim, tão fácil, mas porque não pode ser, porque não poderá ser um dia?


Não sei se será ou não, não sei se este é o método, ou existe sequer método, mas a vida tem me feito acreditar numa coisa: O tempo, pode não curar, mas ajuda a sarar as feridas, e as cicatrizes que não nos matam tornam-nos mais fortes.


O caminho da vida só tu podes definir, mas carregar bagagens pesadas do passado, talvez não seja uma boa técnica...

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