3 de julho de 2016

Ouvi baterem à porta

"Toc, Toc", eras tu, querias entrar de novo, porém desta vez eu disse "Não".
Não, não, não... ainda oiço o eco na minha mente...

Entrares de novo na minha vida, assim?
Sem mais nem menos, sem explicações, nem remorsos?
Não, desta vez não! Fiz pausa na minha vida amorosa, estou em obras, ainda em reconstrução depois de todos os estilhaços que tu deixaste por aqui caídos. Estou bem, não te preocupes, estou feliz, a tratar de mim, do que quero, da mulher forte, responsável e destemida que quero ser quando for grande.
Quando tudo estiver organizado, catalogado e arruado nas devidas gavetas, aí talvez tenha tempo para ti, ou para outro alguém, não sei. Sei apenas que é cedo demais para isso.

"Não, não, não..." sim, admito, dói ouvir o eco da minha própria voz, mas doía mais dizer o que não devo, dizer o que não estou preparada para dizer, dizer o que me faria cair de novo nas tuas garras, prende-me a ti ou a outro alguém sem ainda me ter conhecido o suficiente. Sim, eu ainda não me conheço, estranho talvez, mas não conheço mesmo: não conheço a rapariga que vivia para ti, nem aquela que sofreu e derramou oceanos salgados de lágrimas e, muito menos aquela que se ergueu cheia de força e garra. De onde veio essa força? Eu não sou forte, nunca fui! Ou então talvez seja, talvez me esteja a tornar... nesse caso, há ainda mais motivos para ficar sozinha: tornar-me forte, resistente a trovões e trovoadas, resistente aos ventos do sul e às marés do norte, resistente a ti e a tudo o resto, que me quer deitar abaixo.

Talvez a rapariga de vidro, se esteja a tornar na mulher de diamante, linda por fora e forte por dentro.

O que sei é que agora não dá, estou ocupada a tornar-me no diamante mais belo que alguma vez foi visto.



Ok, eu sei o que estas a pensar, passar de vidro a diamante talvez seja uma mudança demasiado grande, demasiado idealista, por isso talvez seja apenas um rubi? Que lindo rubi seria!

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