26 de julho de 2016

Há dias... em que pensamos que nada faz sentido.

Sejam as dores que passamos, as angústias ou os momentos de aperto, parece que tudo podia ser mais fácil. Como eu sempre me lembro de pensar: "Nunca ninguém disse que viver era fácil, mas porquê que tem de ser tão difícil assim."




Caímos, dia após dia, seja por doença, pelo fim do namoro ou pelo próprio despedimento, choramos, berramos e pensamos "Porquê a mim?", mas esquecemos-nos de todas as pessoas que fazem exatamente essa mesma pergunta todos os dias, talvez até no mesmo segundo que nós...
Esquecemos também das angústias dos outros, muitas vezes piores do que as nossas, esquecemos e menosprezamos as doenças e problemas do outro, afinal não somos nós quem os sente, então para quê pensar nisso agora? Esquecemos os milagres que estão a acontecer neste preciso momento, em que nós estamos em baixo, os animais que foram salvos, as crianças que estão a nascer, o atentado que fez menos vítimas do que era de esperar, os prémios que o nosso país esta a ganhar, ou até mesmo aquela nossa vizinha que venceu o cancro... No entanto, mais uma vez, para quê pensar nisso agora? Novamente, não é connosco, bom para eles, agora e daí?

Agora, vou ser eu a dizer: Pensem, por favor, peço-te pensa!
Pensa no mal que está a acontecer à tua volta, mas também em todos os milagres, pensa no teu vizinho, tanto como pensas em ti próprio, pensa nos outros com o carinho, amor e humanidade, de que é descrita a raça humana.
Nós somos humanos, por isso comporta-te como tal. Isto não é um simples conselho, é um pedido que me vem desde o fundo do meu coração até ao teu, um pedido que vem com um "por favor", um pedido que não se trata de algo com o qual eu quero beneficiar, mas sim com o qual eu gostava que todos beneficiássemos, principalmente tu próprio que estas a ler isto (e a pensar que louca sou eu, sim, admito, talvez seja, mas estou preocupada contigo).
Acredita, se pensares em tudo o que de mal e de bom está a acontecer neste preciso momento, talvez as tuas lágrimas não parem de correr talvez a tua dor não cesse, mas provavelmente vai tornasse menos dolorosa, mais fácil de aguentar, talvez ainda dure alguns dias, meses, ou anos, mas nesse tempo não estiveste só preocupado contigo mesmo, com o teu umbigo, conseguiste olhar além isso, conseguiste ver além da tua dor, sentir a dor e felicidade de outros, nesse tempo aprendeste, cresceste.


Não vou mentir: nem sempre será fácil fazeres isso, nem sempre vais conseguir, nem sempre isso vai melhorar o teu dia.

Não vai ser fácil, porque estamos formatados (cada vez mais) para olhar por nós próprios, só e exclusivamente, não vai melhorar sempre o teu dia, porque se o fizeres bem feito, se sentires a dor do outro como sendo tua, bem... vais acabar por sofrer como ele sofre... vais começar a rever o porquê de te preocupares tanto com os outros, pensar que não o devias fazer porque estas a fazer mal a ti próprio, mas depois lembra-te do porquê de o fazeres, lembra-te que quando ele se levanta, quando ganha, não é só ele quem ganha, porque a batalha não foi só dele, a dor não foi vivida apenas por um, mas sim partilhada por dois.

Eu sei é utópico, fantasia de uma criança ingénua, sim é verdade, é como eu sou, admito. Porém, talvez se eu te disser que gostava de continuar a pensar assim para o resto da vida, talvez se eu te disser que tenho orgulho em quem me torno dia após dia, talvez se eu te disser que os que me conhecem têm orgulho em mim, talvez se eu te disser que aprendo muito com a dor dos outros e as vitórias deles. Talvez (só talvez) nesse caso te faça pensar, talvez quem sabe penses que a criança mesmo imatura e ingénua pode ter alguns sonhos interessantes...

E caso nenhum desses "talvez" se realizou, bem então talvez seja eu quem está enganada e, nesse caso, peço desculpa.



Talvez tenha errado, por querer que vejas o mundo, em vez da formiga que és.



Esta é única e exclusivamente a minha visão da vida, não és obrigado a concordar, nem a discordar, no entanto se tiveres comentários ficaria muito feliz por conhecê-los, estarei sempre faminta de conhecimento, de pontos de vista diferentes, de aprendizagens.

Sem comentários:

Enviar um comentário