5 de junho de 2016

"Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos. / Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio."

Deverei eu pensar e agir como tu, meu sábio, pensas e dizes?
Ou será isso impossível, tal como até mesmo tu cais nessa tentação?

Sim custa, criares laços com as pessoas, chamares-lhes de melhores amigas e depois perceber que apenas por seguirmos caminhos diferentes, apenas por conhecermos pessoas diferentes elas te tratam como lixo, como se nunca tivessem precisado de ti, nem tu delas, como se as brincadeiras e parvoíces que fizeram contigo, não tivessem passado de um mero sonho que nunca aconteceu. 

Realmente as pessoas têm mesmo a memória muito fraca, para não se lembrarem das melhores pessoas que passaram pelas suas vidas em determinados momentos. Porém, o mais estranho de tudo é que se conseguem esquecer mesmo daquelas pessoas com as quais conviveram anos a fio, dia após dia, noites, festas, aulas, aniversários, TUDO… Verdadeiramente impressionante!

Não sei que pense, que faça, tudo me leva a pensar no que não quero, no que me faz mal. Quero ir embora, expulsar da minha vida estas pessoas que um dia me fizeram juras de amizade eterna e hoje não têm a coragem de marcar um encontro, mandar uma mensagem, dar um sinal de que ainda pensam em mim tal como eu penso nelas (talvez porque não pensem)!

Aconteceu-me a primeira vez e eu estatelei-me de ventas no chão, chorei baba e ranho, jurei para nunca mais, levantei-me com a esperança de que tinha sido um acontecimento pontual, voltou a acontecer, voltei a cair, voltei a levantar-me e, mais uma vez, voltou de novo a acontecer! Eu realmente sou muito estúpida, só pode mesmo! Acredito nas pessoas! Mas quem é que no seu perfeito juízo faz isso? Atualmente? Realmente isso deve ser uma deficiência minha, só pode!

Agora digam-me como é que eu mudo isso? (Será que o suposto é mesmo eu mudar?) Como é possível vivermos a vida sem criar laços? Sem pensar que eles são para a vida? Com o permanente receio de que tudo acabe, talvez hoje, ou com sorte amanhã? Eu não sou assim, para mim ou é tudo ou é nada, não me contento com estas meio-amizades que parecem estar tanto na moda hoje em dia! Não me contento com estas ex-melhor-amigas/os!

Para mim a vida não é assim! Eu estabeleço prioridades, é certo, assim como é certo que tento sempre chegar a todo o lado e por vezes não consigo, sim assumo, falho (sou humana) mas essa é a grande diferença entre mim e essas pessoas, elas nem sequer tentam (e depois de tudo… isso é definitivamente o que dói mais)! Para mim a família é tudo; os meus amigos mais antigos têm prioridade; os mais recentes têm que se acomodar com o meu passado, aquilo que fui, sou e defino para a minha vida. Tão simples quanto isto: quem vem primeiro tem prioridade.

Agora olha à tua volta: quantas pessoas importantes já te foram roubadas e levadas para o céu?
E quantas desistiram da tua amizade por pura palermice?
Será igual?
Não, perdes-te ambas, é verdade, mas as primeiras têm e sempre terão um lugar no teu coração e um sorriso no rosto quando relembrares os bons velhos tempos, enquanto as segundas só te trazem tristeza, angústia e lágrimas ao rosto, porque por mais que tentes pensar nos bons momento que tiveram juntas, vais sempre, mas sempre acabar por recordar como tudo terminou, seja a conversa ou a pura falta dela…

A vida não é injusta, não é cruel, não é triste.
As pessoas é que não sabem vivê-la sem causar mal uns aos outros, imbecil Homem que é estúpido até à morte! (e contra mim falo e me despeço, sem saber que mais acrescentar a um tema tão triste)



1 comentário:

  1. Lembraste de quando estudamos Pessoa e os seus heterónimos? Por vezes gostava também eu de ser como Ricardo Reis, não me apegar a ninguém, não sofrer por ninguém, parece que a vida seria tão mais fácil se assim o fosse... todos os dias penso em ti, às vezes apenas por uns minutinhos outras vezes por mais algum tempo, penso que não sei como estás e o quanto gostava de saber, queria apenas saber que estavas bem e estas a gostar do curso e do rumo que a tua vida leva, ou então que não estás e estas triste e, nesse caso queria poder estar aí, nem que fosse só para te dizer que acredito em ti e que vais conseguir. Sei que não seria muito, mas qualquer pouco seria melhor do que este nada que me invadiu desde que todo aquele pouco me fugiu por entre os dedos... (Cartas de amor...)

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