Ultimamente andam a partir pessoas demais... pessoas que
estavam cá bem, que ainda tinham muito que fazer aqui... não sei se sou eu que
começo a conhecer mais pessoas, se a apegar-me mais, não sei... só sei que tu
devias de ainda estar aqui.
Sei que o teu trabalho ainda não estava concluído,
a tua mulher e a tua pequenote precisam de ti, e agora? Que vai ser deles?
Partiste cedo demais, sem aviso nem recado, eu fiquei destruída e mal te
conhecia, agora eles... eles nem imagino como estejam, e o pior é que também
não sei o que fazer para os ajudar. Gostava de os ajudar, ajudar quem tu
deixaste cá, mas a imaginação tende a fugir-me nestas alturas, as ideias atraiçoam-me,
a mente esvazias e entro num nevoeiro negro de angústias.
Fico sem saber o
rumo a seguir, sem objetivos, sem chão... A minha mãe em jeito de consolação
diz "Há coisas que não podemos mudar. Não podemos mudar o mundo, tu sabes..." Sim, eu sei há coisas que acontecem inexplicavelmente e que não
podemos mudar, a morte é uma delas, mas... Não podemos mudar o mundo? A sério mãe, mas... isso era
só o que eu queria! Era só isso, e dizes-me que não o posso fazer, não consigo?
Porquê? Se é só o que eu quero!
Eu digo-te, a ti e a todos, o que queria: acabar com a fome; acabar
com a guerra; acabar com a corrupção; acabar com a violência doméstica; acabar
com o preconceito; acabar com a tristeza; acabar com as mortes por acidentes; e
a lista contínua...
Contudo, bastava-me conseguir apenas um objetivo desta lista,
bastava-me um para ser feliz, bastava-me um para morrer em paz,
aos 20 anos se assim o fosse, acredita! Não precisava de mais nada, filhos,
casamento, emprego, nada!
Eu sei, tu tens razão, eu sei, eu quero sempre ajudar
tudo e todos, eu sei, tu também eras assim, eu sei, tu agora tens os pés bem
assentes no chão, eu sei, eu sou demasiado sonhadora demasiado nova, eu sei,
ainda vou sofrer muito por causa disso, eu sei, o mundo não é tão bonito como
eu gosto de o pintar, eu sei, vou cair, estrelar-me no chão, tal como tu, e
mesmo assim, eu sei, não vou aprender... Desculpa mãe, não aprender com os teus
erros, nem com os meus... mas acredita por mais que sofra, por mais que caia,
eu vou levantar-me e serei sempre feliz, por acreditar que posso fazer algo
melhor do que apenas ficar a olhar para este mundo.
Sim, eu vou sempre
acreditar que posso mudar o mundo!
Desculpa mãe, sei que tu é que estas certa,
mas esta, está é a minha natureza.
Sei que irei sofrer, mas não foi este o
caminho que eu escolhi, foi ele que me escolheu a mim, quem sabe talvez tenha
uma mínima chance de mudar um milionésimo do mundo! Mas se há essa
possibilidade, eu não a vou deixar escapar, vou lutar até ao fim para
consegui-la. Ainda assim... caso não a consiga, morrerei a lutar pelo que acreditava, por
isso morrerei realizada, por ter feito tudo o que podia, tudo o que de melhor
sabia, morrerei a lutar pelos que já me pisaram, humilharam, enxovalharam, mas
que agora precisão e eu, a pobre e ingénua Fiona, irá a correr para os amparar!
Eu sei, sou estúpida, ingénua e parva, mas... que posso eu fazer?
Sou assim, não é defeito é feitio, às vezes defeito outras virtude, mas é como eu sou e não o posso negar, nem hoje, nem nunca!
Hoje deixo-vos um video muito especial:
"Martin Luther King? Aquele homem nunca teve um sonho, o sonho é que o tinha!"
Pessoas que se preocupam com o outro as vezes são taxadas como bobas e tudo mais, mas não é verdade. Pessoas assim, estão em extinção, são raras e puras de coração.
ResponderEliminarPessoas que se preocupam com o outro as vezes são taxadas como bobas e tudo mais, mas não é verdade. Pessoas assim, estão em extinção, são raras e puras de coração.
ResponderEliminarSim é tudo muito verdade, mas esse "bobo", às vezes custa a engolir! Mas mais uma vez digo, essas pessoas são assim, é a natureza delas! Não à nada a fazer!
EliminarDe fato... 😘
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